A verdade é a seguinte: a bunda continua igualzinha a do ano passado, mesmo depois de três meses de academia (não adianta, malhar está longe de ser a paixão da minha vida; gosto mesmo é de fazer levantamento de garfo), e com as celulites de sempre – apesar do meu desempenho em beber menos refrigerante e nos gastos com cremes que prometem uma pele sem furinhos (ei, a situação não está tão grave assim, são só uns dois ou três). Por isso, neste ano vou prometer uma coisa só: gostar de mim do jeito que sou.
Pra que querer uma bunda nova, se a velha tá ótima? O que é que tem uma celulite aqui, outra ali? A gente não fica olhando pra trás o dia inteiro, a gente só vê nossa bunda quando se contorce no espelho. Portanto, eu não tenho celulite, porque não as vejo se não quiser. E o que os olhos não vêem o coração não sente.
A barriguinha, ah... o que seria das mulheres sem um pouquinho de carne na região do umbigo? Não é gordura, é gostosura. Além do mais, desde quando é necessário ter uma barriga lisa pra ser feliz? Uma perna dura, que não balança? A vida precisa de balanço, meu povo! Existe tanta coisa pra gente se preocupar: notas, cursos, pais, saúde, futuro, garotos... Aliás, eles nem ligam pra celulite. É a gente que liga. Por quê? Porque a gente é chata. E boba, de cair nessa busca insana pela beleza. Afinal, que diferença faz no nosso dia-a-dia ter um corpaço? A cabeça estando em ordem e a felicidade a mil por hora, quem liga pra flacidez e celulite? Juro que acho minha retaguarda de gelatina uma belezura quando estou em paz e feliz. Viva a bunda mole!
Gosto de bolo, lasanha, sorvete e batata frita. E, ao contrário de atrizes, modelos, mulheres-frutas e ex-BBBs, não vivo da minha imagem, portanto, não preciso ser perfeita. Perfeito seria o mundo em que a gente se preocupasse mais com a parte de dentro do que com a de fora. Sei que dizem que quem gosta da beleza interior é decorador, mas aposto que esta piada quem fez foi alguém de bem com a vida e com o espelho. Com celulite pra dar e vender, e um sorriso escancarado no rosto.
Feliz Ano Novo! E feliz bunda velha!
