Powered By Blogger

domingo, 28 de março de 2010

Na calada da noite


Já é bem tarde, e eu continuo aqui fora, ao relento

Não há uma viva alma sequer aqui comigo pra contar história

Na calada da noite, o vento frio passa por mim lentamente

Eu me estremeço, porém não exito

Permaneço imóvel, esperando que alguém apareça

As luzes da rua se apagam, mas eu continuo ali

Estou certa de que não vou embora enquanto você não chegar

De longe surge uma sombra

Eu, feliz, constatei que alguém enfim chegara

Ela estava lá, a sombra de um homem presente

Mas não era você; decepciono-me

Entretanto, permito que ele se aproxime

E a rua quase deserta já não parece mais tão fria

Havia outra pessoa ao meu lado, alguém que eu não conhecia

Um homem que, estranhamente, me parece familiar

Na calada da noite duas sombras se aproximam

A cada segundo que passava, se chegavam mais e mais

Eu já não estava mais sozinha

E o frio que eu sentia parecia nunca ter existido

Na calada da noite não era você ao meu lado

A imagem que se via era de duas pessoas felizes

Dois estranhos, sozinhos, na calada da noite